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Mostrando postagens de 2011

Jesus Cristo ou Chico Xavier?

Ouvimos muito falar em sociedade plural, estado laico, liberdade de crença, liberdade de expressão, etc. Tudo isso é verdade, todos temos os mesmos direitos e deveres, mas isso não dá a ninguém "o direito" de tentar inverter as leis da natureza e da lógica, como diz o ditado: Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Sou Católico, e se o sou significa que não posso professar o credo de outras religiões ou seitas, caso contrário, deixaria de ser católico. É tão óbvio, mas é comum vermos por aí pessoas que se auto denominam Cristãs Espíritas ou ainda Católicos que leem o horóscopo diariamente. É algo do tipo sou homem e mulher, preto e branco, quente e frio, vivo e morto, misturo água e óleo. Mas para não ficar na minha opinião, vamos ver o que o Sagrado Magistério da Igreja Católica tem a dizer a esse respeito. Os grifos são meus. O primeiro mandamento proíbe prestar honra a outros afora o único Senhor que se revelou a seu povo. Proscreve a superstição e a irrel

Reconciliação com o Pe Alex

Quem acompanha esse blog desde a sua criação, lembra que ele foi criado durante as últimas eleições presidenciais. Historicamente tive os meus desentendimentos com o Pe Alex, e impedido de escrever sobre o tema das eleições nos grupos de e-mails que eu participo, em especial do TLC, o blog foi uma maneira de me expressar na ocasião. Depois disso, tomei gosto pela coisa e continuo escrevendo artigos sobre o Catolicismo, agora também sou articulista do site TI Especialistas. A alguns dias estive em retiro pelo movimento Regnum Chtisti. Durante esse retiro, tivemos a proposta do nosso Diretor Espiritual - Pe Javier Sicilia, LC - de estabelecer pessoalmente alguns propósitos. Esses propósitos são individuais e não foram expostos ao grupo, e de minha parte um deles foi procurar a reconciliação com o Pe Alex. Apesar das nossas inúmeras direfenças, temos também uma grande lista de afinidades e propósitos em comum. A principal delas é o trabalho pela evangelização da juventude, que temos como

Se sou fiel no pouco, Ele me confiará mais!

Disse-lhe seu senhor: - Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor. (Mt 25,21) Os cristãos são servos aos quais seu mestre, Jesus, confia a tarefa de fazer frutificar seus dons para o desenvolvimento do seu Reino e que devem prestar-lhe contas da gestão que fizerem. (Bíblia de Jerusalém - Comentário sobre a Parábola dos Talentos) Ao contrário da Parábola do Semeador, onde O Senhor tivera que explicá-la aos Apóstolos, a dos talentos se nos apresenta de forma cristalina: Todos recebemos graças, dons de Deus, nossos talentos, e todos temos a responsabilidade, conferida pelo Batismo, de multiplicá-la entre os próximos. Aqueles que assim o fizerem regozijar-se-ão com o Mestre, mas aos servos inúteis estão reservadas as trevas, onde haverá choro e ranger de dentes. Apesar da aparente simplicidade, as palavras do Senhor são duras, severas: Tirai-lhe este talento e dai-o ao que tem dez. Dar-se-á ao que tem e terá em

Santidade, por Bento XVI

Hoje a Igreja Católica celebra a Solenidade de Todos os Santos. Não poderíamos ter escolhido data melhor para o Simpósio do Grupo de Estudos Joseph Ratzinger , que aconteceu no Cenáculo das 14 às 19hs de hoje. Fotos estão disponíveis no meu perfil no Facebook . Mas vamos ao artigo: Sede santos, porque eu sou santo. (Lv 11,44) São Pedro, na sua primeira epístola, fez essa citação do Antigo Testamento, nos invocando à santidade. Ninguém melhor do que o Papa bento XVI para nos explicar de maneira tão completa, e ao mesmo tempo tão simples, o que é e como se alcançar essa santidade que Simão Pedro alcançou. Basearei esse artigo resumindo uma catequese do Santo Padre, o texto na íntegra pode ser lido aqui . As pessoas geralmente pensam que a santidade é uma meta reservada a uns poucos escolhidos. São Paulo, no entanto, fala do grande projeto de Deus e diz: "Nele (Cristo), Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e íntegros diante dele, no amor"

A César o que é de César

“Dai, pois a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. (Mt. 22,21) Introdução: Para entender a mensagem do evangelho de hoje devemos conhecer o contexto em que Cristo o proclamou. Naquela época Israel estava dominado pelo Império Romano e isto era motivo de humilhação e revolta no povo. Parecia que Deus havia esquecido sua promessa e os abandonara. Algumas profecias falavam de um Messias rei e guerreiro que libertaria Israel do jugo estrangeiro, outras porém falavam de um Messias humilde e sofredor. Diante da pregação e dos milagres operados por Jesus, durante seu ministério, alguns do povo já murmuravam que aquele era um profeta importante, outros até tinham a esperança de que talvez pudesse ser o Messias esperado. É neste contexto que surge a pergunta dos fariseus que tem uma armadilha por trás. Devemos nos submeter aos que nos dominam? Ou mais profundamente ainda: A religião deve entrar na politica e participar ativamente dela? Eres

A fé: crendice ou superstição?

Distingamos entre fé, crendice ou superstição. A fé é um ato da razão, faculdade nobre, que toma consciência de que a verdade não acaba quando acaba o alcance do intelecto; por isso, diz sim ao invisível devidamente credenciado. A fé, portanto, não é um ato cego, meramente sentimental, mas é a expressão da racionalidade do homem que se aplica ao ser mais digno. Ela se baseia em credenciais, que lhe indicam por que crer nisso ou naquilo. A fé se segue a uma investigação movida pela inteligência. A propósito, o Papa João Paulo II, em sua Encíclica Fides et Ratio (A fé e a razão) nos propõe o seguinte: A fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio. Já a crendice e superstição, ao contrário da fé, é que são

Estamos produzindo bons frutos?

Hoje o Evangelho nos apresenta uma parábola profunda, Jesus faz uma comparação direta entre o povo judeu que não o recebeu, não o aceitou como Messias e mais tarde iria condená-lo à morte, e morte de cruz. A parábola dos vinhateiros maus conta que depois de preparar a vinha com tudo o que era necessário, o Pai arrenda a vinha para alguns lavradores e deixa o país. Na colheita, quando envia seus servos para receberem  o produto da vinha, esses são feridos, espacandos e até mesmo mortos. Por último, acreditando que respeitariam o seu filho, envia-o também, e ele é morto pelos vinhateiros. Assim também Deus fez conosco. Deus criou o mundo, preparou-o com tudo o que era necessário. Criou a água, o ar e o fogo ... criou os reinos vegetal, mineral e animal. Depois, como obra prima de toda a sua criação, criou-nos a sua imagem e semelhança. Por quantas vezes falou-nos O Senhor? As Sagradas Escrituras narram todas as alianças que Deus fez conosco: Adão ... Noé ... Abraão ... Moisés. Fora

A vontade do Pai

No Evangelho de hoje, São Mateus nos apresenta a Parábola dos Dois Filhos. (Mt 21, 28-32) Nessa parábola há uma série de pontos nos quais poderíamos meditar, entre eles a obediência ao Pai. Outro ponto é a observância cega da lei pelos Fariseus, que nessa passagem são comparados ao segundo fiho, que diz fazer a vontade do Pai, mas não vai. O primeiro filho, ao contrário, mais se parece conosco, mesmo não querendo, mesmo sendo tentado, acaba se arrependendo e buscando sempre fazer a vontade de Deus, que nos perdoa na sua infinita misericórdia. No entanto, vamos tratar aqui de outro ponto, que por muitas vezes nos passa desapercebido. Hoje estive no Centro Vocacional Maria Mãe Imaculada, e na homilia o Sacerdote, Reitor do Seminário, Legionário de Cristo, focou o seguinte versículo: "Qual dos dois fez a vontade do Pai?" Pois bem, a pergunta que em teoria tem uma resposta óbvia, o primeiro filho, tem na verdade um pano de fundo profundo, que vai muito além. Jesus Cristo

Misericórdia

Misericórdia! É o que a liturgia da Santa Missa tem nos ensinado nos últimos três domingos desse mês da Bíblia - Setembro de 2011. Iniciemos pelo primeiro domingo do mês. (Mt 18, 15-20) Na verdade, no versículo 19 Jesus institui o Sacramento da Reconciliação (Confissão), mas é um assunto muito complexo que precisaria de um post exclusivo, o farei em outra oportunidade. Fiquemos aqui com o tratado de misericóridia, aqui apresentada como correção fraterna . Se o teu irmão pecar, vai e corrige-o a sós, depois na presença de poucas testemunhas, e a "terceira chance" dá-se dizendo-o à Igreja . O número três é muito significativo na Bíblia, o Deus três vezes Santo, todo Santo, é o número da Unidade e da Trindade. Seguindo adiante no Evangelho de Mateus - nos versículos de 21 a 35 - entramos na liturgia do segundo domingo do mês. A pergunta de São Pedro " Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? " obtém a significan

Apareceu um grande sinal do céu

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Hoje celebramos a Assunção de Nossa Senhora, eis um trecho da Sagrada Escritura: Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. Estava grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz... Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono. (Ap 12) Eis a Mulher que trouxe o Cristo ao mundo, eis a bem-aventurada, Maria, Mãe de Deus. Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho.    Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa. (Jo 19, 26-27) Na passagem acima, Jesus nos deixa, pela figura de São João, a nossa mãe. Cristo, sabendo que não mais estaria conosco após a vinda do Espírito Santo, deixou-nos uma guia, aquela que sempre soube confiar em Deus e gu

Não tenhais medo!

O título dessa reflexão ficou eternizado na voz do Beato João Paulo II : Não tenhais medo ! (Mt 14, 27) A fé em Jesus Cristo está em pauta nessa passagem. Quando estamos com dificuldades na nossa caminhada, quando as águas agitadas do mundo balançam os nossos alicerces, quando estamos na escuridão, quando o medo toma conta de nós, Jesus sempre vem ao nosso encontro. Num primeiro momento, Pedro levanta-se e vai ao encontro de Jesus, pois a sua ordem é simples: Vem! Mas quando a violência do vento aumenta ele fica com medo e começa e afundar, gritando por ajuda. Aqui vemos que mesmo quando nos falta fé, quando estamos afundando, quando o pecado é maior do que as nossas virtudes, Jesus nos estende a mão e nos põe novamente em pé. No entanto, a sua palavra é dura: Homem de pouca fé, porque duvidaste? (Mt 14, 31) Esse é o recado deixado por Jesus: na nossa vida de cristãos teremos tribulações, escuridão, tempestades ... devemos tomar a nossa cruz se quisermos o seguir, mas Ele sempre

Jesus Cristo

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Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. (Jo 3,16) (Crucifixo baseado em estudos no Sudário, por Juan Manuel Miñarro, Universidad de Sevilla)

Fazei aquilo que Ele vos disser

Hoje pela manhã tivemos o retiro mensal da nossa equipe de senhores do Regnum Christi . O retiro é composto basicamente por um terço, duas palestras, dois momentos para meditação pessoal em silêncio e conclui-se com a Celebração Eucarística. A segunda meditação foi Mariana, e refletimos sobre as Bodas de Caná, meditação da qual pretendo tecer breve comentário a seguir. O Evangelho narrado por São João, como já citei em outro artigo, faz uma teologia diferente dos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), e especificamente em relação aos milagres de Jesus, ele também o faz de maneira especial. Segundo São João, como Moisés, Jesus deveria realizar sinais (milagres) para provar que foi enviado por Deus, pois somente Deus pode dominar as leis naturais. Os milagres narrados são sete, como são os sete Sacramentos, número da perfeição. São os seguintes: A transformação da água em vinho nas bodas de Caná (Jo 2, 1-11) A cura do filho de um oficial do rei. (4,46-54) A cura de um paralítico.

Os discípulos de Emaús e a Eucaristia

Hoje o Evangelho nos mostra mais uma das aparições de Jesus ressuscitado. São Lucas faz uma narração catequética, cheia de detalhes importantes, de onde pode-se fazer uma bela teologia. (Lc 24, 13-35) O primeiro ponto a destacar é a decepção dos discípulos, o sentimento de perda e de derrota, Pedro voltara a pescar (aonde acontece a pesca milagrosa) e dois discípulos estão se dirigindo de Jerusalém a Emaús, indo de volta para casa. Vale destacar aqui que os discípulos não reconheceram o rosto de Jesus, caminharam com ele por uma boa distância, falavam com Jesus sobre Jesus, sem perceber que Ele estava entre eles. Um sinal muito importante: doravante, o Cristo não estaria mais presente entre nós, sua presença física nesse mundo estava chegando ao fim. Mas são Lucas nos mostra claramente como O Senhor permanecerá entre nós: Na Igreja. Isso fica evidente no texto, depois de analisadas importantes minúcias como as explicações que Jesus faz da Sagrada Escritura - Antigo Testamento, Je

Acreditaste, porque me viste

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O dia de hoje é de imensa importância para os católicos do mundo todo, pois celebramos dois eventos intimamente ligados entre si. No segundo domingo da Páscoa celebra-se a festa da Divina Misericórdia. Esse ano em especial, essa data "coincide" com a beatificação do Servo de Deus, João Paulo II, Papa. O Evangelho de hoje também nos remete ao nosso venerado Karol Wojtyla, o Beato Papa Polonês: Disse-lhe Jesus: Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto! (Jo 20, 29) Bem aventurado esse grande homem de Deus, que durante toda a vida, e especialmente nas décadas de um dos maiores pontificados da história da Igreja Católica, foi um grande exemplo de santidade. Suas palavras, seus atos, sua face, sua perseverança e a sua cruz foram e sempre serão grandes exemplos para todo o mundo, inclusive para a população não cristã. A força, a caridade, a paz e a coragem desse filho de Deus ficarão marcados para sempre na minha vida. Ainda hoje, depois de vários an

Ressurreição do Senhor

Quão grande deve ter sido a admiração que expressaram os olhos de Maria Madalena! Quão grande o tremor ao ver a sepultura, onde estava o corpo dAquele que foi a causa da mudança de rumo fundamental e definitiva de sua vida, e que agora está aberta e vazia: “Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram”. O corpo de Jesus era a última coisa que restava àquele pequeno grupo de pessoas, fascinados por Ele. Parecia que o poder daquela época tivesse vencido. E agora, aquele pequeno tesouro, contido num sepulcro destinado a estar fechado para todo o sempre, tinha sido “retirado”. A preciosidade daquele corpo e daquele lugar é a única razão que poderia explicar a corrida de Pedro e João, quando apenas receberam a notícia da Madalena: agora, Jesus não estava mais com eles, tinham a necessidade de um sepulcro, junto ao qual poderiam chorar a perda do Mestre, e queriam estar certos que ninguém o tivesse profanado. A passagem evangélica de hoje nos chama a atenção não pelas as c

Seja crucificado

Domingo de ramos. O evangelho de hoje narra uma grande contradição: o homem julgando Deus. Pilatos é o juíz e Jesus o réu. Poderíamos meditar de diversas maneiras essa narrativa, seja pelo silêncio de Jesus, pelo alerta dado por sua esposa, ou tantos outros pontos importantes. No entanto, algo que também me chama a atenção, por muitas vezes passa despercebido, e por isso vou tecer um breve comentário sobre. O governador tomou então a palavra: Qual dos dois quereis que eu vos solte? Responderam: Barrabás! Pilatos perguntou: Que farei então de Jesus, que é chamado o Cristo? Todos responderam: Seja crucificado! O governador tornou a perguntar: Mas que mal fez ele? E gritavam ainda mais forte: Seja crucificado! (Mt 27, 21-33) Hoje vivemos sob uma falsa impressão de liberdade por sermos governados por um governo dito democrático. Ideologias e partidarismos à parte, podemos constatar que em muitas ocasiões, a maioria é burra . É incrível a facilidade com que se pode manipular uma gran

Jesus chorou

O Evangelho de hoje nos relata um dos episódios mais belos da Sagrada Escritura: A ressurreição de Lázaro. Podemos conferir esse belo relato no Evangelho narrado por São João, no capítulo 11, versículos de 1 a 45. É próprio de algumas orações bastante tradicionais a sentença "Creio em Jesus Cristo, Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem". Meditando sobre a passagem acima, mais do que em qualquer outro trecho do Novo Testamento, podemos ver claramente a "comprovação" do que afirma a oração. De um lado, Jesus de Nazaré, o filho do carpinteiro, o artesão galileu, o filho de Maria, amigo de Marta, Maria e Lázaro. Amigo verdadeiro, aquele que ama. "Ao vê-la chorar assim, como também todos os judeus que a acompanhavam, Jesus ficou intensamente comovido em espírito... Senhor, vinde ver. Jesus pôs-se a chorar". Quem de nós nunca viu um pai, na tentativa de acalmar o filho em pranto, afirmar que "homem não chora!". No entanto, eu afirmo absolutamente o

Conhecer a Deus e viver com Ele

Mas ele lhes disse: Meu Pai continua agindo até agora, e eu ajo também.     Por esta razão os judeus, com maior ardor, procuravam tirar-lhe a vida, porque não somente violava o repouso do sábado, mas afirmava ainda que Deus era seu Pai e se fazia igual a Deus.     Jesus tomou a palavra e disse-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: o Filho de si mesmo não pode fazer coisa alguma; ele só faz o que vê fazer o Pai; e tudo o que o Pai faz, o faz também semelhantemente o Filho.  Pois o Pai ama o Filho e mostra-lhe tudo o que faz; e maiores obras do que esta lhe mostrará, para que fiqueis admirados. Com efeito, como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, assim também o Filho dá vida a quem ele quer. Assim também o Pai não julga ninguém, mas entregou todo o julgamento ao Filho. Desse modo, todos honrarão o Filho, bem como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho, não honra o Pai, que o enviou. Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem

O santo não nasce, forja-se

Tudo aquilo em que intervimos os pobrezinhos dos homens - mesmo a santidade - é um tecido de pequenas insignificâncias que, conforme a intenção com que se fazem, podem formar uma tapeçaria esplêndida de heroísmo ou de baixeza, de virtudes ou de pecados. As gestas relatam sempre aventuras gigantescas, mas misturadas com pormenores caseiros do herói. - Oxalá tenhas sempre em muito apreço - é a linha reta! - as coisas pequenas. O principal requisito que nos é pedido - bem de acordo com a nossa natureza - consiste em amar: A caridade é o vínculo da perfeição; caridade que devemos praticar segundo os preceitos explícitos que o próprio Senhor estabeleceu: Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente , sem reservarmos nada para nós. Nisto consiste a santidade. Trata-se certamente de um objetivo elevado e árduo. Mas não percais de vista que o santo não nasce; forja-se no contínuo jogo da graça divina e da correspondência humana. Tudo aquilo qu

O mandamento novo do amor

Nosso Senhor Jesus Cristo amou tanto os homens que se encarnou, tomou a nossa natureza e viveu em contacto diário com pobres e ricos, com justos e pecadores, com jovens e velhos, com gentios e judeus. Dialogou constantemente com todos: com os que Lhe queriam bem, e com os que somente procuravam a maneira de retorcer as suas palavras, para condená-Lo. Procura tu comportar-te como o Senhor. Compreende-se muito bem a impaciência, a angústia e os anseios inquietos daqueles que, com alma naturalmente cristã, não se resignam perante as situações de injustiça pessoal e social que o coração humano é capaz de criar. Tantos séculos de convivência entre os homens, e ainda tanto ódio, tanta destruição, tanto fanatismo acumulado em olhos que não querem ver e em corações que não querem amar. Os bens da terra, repartidos entre poucos; os bens da cultura, encerrados em cenáculos. E, lá fora, fome de pão e de sabedoria; vidas humanas - que são santas, porque vêm de Deus - tratadas como simples coi