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Mostrando postagens de abril, 2011

Ressurreição do Senhor

Quão grande deve ter sido a admiração que expressaram os olhos de Maria Madalena! Quão grande o tremor ao ver a sepultura, onde estava o corpo dAquele que foi a causa da mudança de rumo fundamental e definitiva de sua vida, e que agora está aberta e vazia: “Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram”. O corpo de Jesus era a última coisa que restava àquele pequeno grupo de pessoas, fascinados por Ele. Parecia que o poder daquela época tivesse vencido. E agora, aquele pequeno tesouro, contido num sepulcro destinado a estar fechado para todo o sempre, tinha sido “retirado”. A preciosidade daquele corpo e daquele lugar é a única razão que poderia explicar a corrida de Pedro e João, quando apenas receberam a notícia da Madalena: agora, Jesus não estava mais com eles, tinham a necessidade de um sepulcro, junto ao qual poderiam chorar a perda do Mestre, e queriam estar certos que ninguém o tivesse profanado. A passagem evangélica de hoje nos chama a atenção não pelas as c

Seja crucificado

Domingo de ramos. O evangelho de hoje narra uma grande contradição: o homem julgando Deus. Pilatos é o juíz e Jesus o réu. Poderíamos meditar de diversas maneiras essa narrativa, seja pelo silêncio de Jesus, pelo alerta dado por sua esposa, ou tantos outros pontos importantes. No entanto, algo que também me chama a atenção, por muitas vezes passa despercebido, e por isso vou tecer um breve comentário sobre. O governador tomou então a palavra: Qual dos dois quereis que eu vos solte? Responderam: Barrabás! Pilatos perguntou: Que farei então de Jesus, que é chamado o Cristo? Todos responderam: Seja crucificado! O governador tornou a perguntar: Mas que mal fez ele? E gritavam ainda mais forte: Seja crucificado! (Mt 27, 21-33) Hoje vivemos sob uma falsa impressão de liberdade por sermos governados por um governo dito democrático. Ideologias e partidarismos à parte, podemos constatar que em muitas ocasiões, a maioria é burra . É incrível a facilidade com que se pode manipular uma gran

Jesus chorou

O Evangelho de hoje nos relata um dos episódios mais belos da Sagrada Escritura: A ressurreição de Lázaro. Podemos conferir esse belo relato no Evangelho narrado por São João, no capítulo 11, versículos de 1 a 45. É próprio de algumas orações bastante tradicionais a sentença "Creio em Jesus Cristo, Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem". Meditando sobre a passagem acima, mais do que em qualquer outro trecho do Novo Testamento, podemos ver claramente a "comprovação" do que afirma a oração. De um lado, Jesus de Nazaré, o filho do carpinteiro, o artesão galileu, o filho de Maria, amigo de Marta, Maria e Lázaro. Amigo verdadeiro, aquele que ama. "Ao vê-la chorar assim, como também todos os judeus que a acompanhavam, Jesus ficou intensamente comovido em espírito... Senhor, vinde ver. Jesus pôs-se a chorar". Quem de nós nunca viu um pai, na tentativa de acalmar o filho em pranto, afirmar que "homem não chora!". No entanto, eu afirmo absolutamente o

Conhecer a Deus e viver com Ele

Mas ele lhes disse: Meu Pai continua agindo até agora, e eu ajo também.     Por esta razão os judeus, com maior ardor, procuravam tirar-lhe a vida, porque não somente violava o repouso do sábado, mas afirmava ainda que Deus era seu Pai e se fazia igual a Deus.     Jesus tomou a palavra e disse-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: o Filho de si mesmo não pode fazer coisa alguma; ele só faz o que vê fazer o Pai; e tudo o que o Pai faz, o faz também semelhantemente o Filho.  Pois o Pai ama o Filho e mostra-lhe tudo o que faz; e maiores obras do que esta lhe mostrará, para que fiqueis admirados. Com efeito, como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, assim também o Filho dá vida a quem ele quer. Assim também o Pai não julga ninguém, mas entregou todo o julgamento ao Filho. Desse modo, todos honrarão o Filho, bem como honram o Pai. Aquele que não honra o Filho, não honra o Pai, que o enviou. Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem

O santo não nasce, forja-se

Tudo aquilo em que intervimos os pobrezinhos dos homens - mesmo a santidade - é um tecido de pequenas insignificâncias que, conforme a intenção com que se fazem, podem formar uma tapeçaria esplêndida de heroísmo ou de baixeza, de virtudes ou de pecados. As gestas relatam sempre aventuras gigantescas, mas misturadas com pormenores caseiros do herói. - Oxalá tenhas sempre em muito apreço - é a linha reta! - as coisas pequenas. O principal requisito que nos é pedido - bem de acordo com a nossa natureza - consiste em amar: A caridade é o vínculo da perfeição; caridade que devemos praticar segundo os preceitos explícitos que o próprio Senhor estabeleceu: Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente , sem reservarmos nada para nós. Nisto consiste a santidade. Trata-se certamente de um objetivo elevado e árduo. Mas não percais de vista que o santo não nasce; forja-se no contínuo jogo da graça divina e da correspondência humana. Tudo aquilo qu