Jesus chorou

O Evangelho de hoje nos relata um dos episódios mais belos da Sagrada Escritura: A ressurreição de Lázaro. Podemos conferir esse belo relato no Evangelho narrado por São João, no capítulo 11, versículos de 1 a 45.
É próprio de algumas orações bastante tradicionais a sentença "Creio em Jesus Cristo, Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem".

Meditando sobre a passagem acima, mais do que em qualquer outro trecho do Novo Testamento, podemos ver claramente a "comprovação" do que afirma a oração. De um lado, Jesus de Nazaré, o filho do carpinteiro, o artesão galileu, o filho de Maria, amigo de Marta, Maria e Lázaro. Amigo verdadeiro, aquele que ama.

"Ao vê-la chorar assim, como também todos os judeus que a acompanhavam, Jesus ficou intensamente comovido em espírito... Senhor, vinde ver. Jesus pôs-se a chorar".

Quem de nós nunca viu um pai, na tentativa de acalmar o filho em pranto, afirmar que "homem não chora!". No entanto, eu afirmo absolutamente o contrário: homem que é homem, o verdadeiro homem, chora. Jesus Cristo chorou, chorou a morte do seu amigo, profundamente comovido por ver os amigos e familiares do falecido muito tristes, por saber que o seu grande amigo havia morrido.

Todavia, Nosso Senhor além de Verdadeiro Homem, é também Verdadeiro Deus. E para que a fé de muitos nEle fosse possível, em profunda unidade com O Pai,  rendendo graças, realiza o milagre. Deus se manifesta aos homens, o todo-poderoso, que depois vencerá a morte definitivamente na sua páscoa, traz devolta à vida aquele que já cheirava mal, que há quatro dias estava depositado no sepulcro.

Esse episódio foi mais um dos que provocou em Caifás e em tantos outros o desejo de matar a Jesus, para que toda a profecia a seu respeito fosse cumprida. "Para que creiam que Tu me enviaste", essas são as palavras do Mestre, dirigidas ao Pai. Esse episódio e tantos outros ajudaram a aumentar a multidão dos discípulos de Jesus, o que depois deu origem ao que hoje chamamos Cristianismo, onde está, sobre o trono de São Pedro, assentada Sua Santidade, o Papa Bento XVI.

Que esse, e que os tantos outros sinais deixados por Jesus nos ajudem a meditar, a fortalecer a nossa fé, a nos mostrar o caminho da conversão, sobre tudo nessa quaresma que se encaminha para o seu final. No próximo domingo veremos a entrada triunfante de Jesus em Jerusalém, que antecede a sua Paixão, Morte e Ressurreição, que é o núcleo da fé católica.

Estejamos vigilantes, firmes na oração, perseverantes no caminho da fé, aguardando a tão esperada volta de Nosso Senhor, que prepara um lugar no céu, para aqueles que nele creem.

Amém.

PS: Depois de publicar, li o trecho abaixo da mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma de 2011:
«Quando, no quinto domingo, nos é proclamada a ressurreição de Lázaro, somos postos diante do último mistério da nossa existência: «Eu sou a ressurreição e a vida... Crês tu nisto?» (Jo 11, 25-26). Para a comunidade cristã é o momento de depor com sinceridade, juntamente com Marta, toda a esperança em Jesus de Nazaré: «Sim, Senhor, creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo» (v. 27). A comunhão com Cristo nesta vida prepara-nos para superar o limite da morte, para viver sem fim n’Ele. A fé na ressurreição dos mortos e a esperança da vida eterna abrem o nosso olhar para o sentido derradeiro da nossa existência: Deus criou o homem para a ressurreição e para a vida, e esta verdade doa a dimensão autêntica e definitiva à história dos homens, à sua existência pessoal e ao seu viver social, à cultura, à política, à economia. Privado da luz da fé todo o universo acaba por se fechar num sepulcro sem futuro, sem esperança.
Mensagem do Santo Padre Bento XVI para a Quaresma 2011

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