Seja crucificado

Domingo de ramos.

O evangelho de hoje narra uma grande contradição: o homem julgando Deus. Pilatos é o juíz e Jesus o réu.
Poderíamos meditar de diversas maneiras essa narrativa, seja pelo silêncio de Jesus, pelo alerta dado por sua esposa, ou tantos outros pontos importantes. No entanto, algo que também me chama a atenção, por muitas vezes passa despercebido, e por isso vou tecer um breve comentário sobre.

O governador tomou então a palavra: Qual dos dois quereis que eu vos solte? Responderam: Barrabás! Pilatos perguntou: Que farei então de Jesus, que é chamado o Cristo? Todos responderam: Seja crucificado! O governador tornou a perguntar: Mas que mal fez ele? E gritavam ainda mais forte: Seja crucificado! (Mt 27, 21-33)

Hoje vivemos sob uma falsa impressão de liberdade por sermos governados por um governo dito democrático. Ideologias e partidarismos à parte, podemos constatar que em muitas ocasiões, a maioria é burra. É incrível a facilidade com que se pode manipular uma grande massa da população, exemplo prático foram as recentes eleições, onde a maioria do povo brasileiro elegeu como "presidenta" uma ex guerrilheira, de passado no mínimo questionável, de valores voláteis e que se fez passar passar por católica apenas durante as eleições.

Voltando ao evangelho, vemos que da mesma maneira, o povo já era facilmente manipulado desde os primeiros anos da era cristã: Os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo que pedisse a libertação de Barrabás e fizesse morrer Jesus.

A conclusão que chego é a de que felizmente no catolicismo não há democracia. As decisões que a Santa Igreja, dirigida pelo Santo Padre precisa tomar, são demasiado complexas para que meia dúzia de mal intencionados sujeitem o restante da grande massa a aprovar aberrações, como a condenação de Jesus e a libertação de Barrabás.

Hoje se houve muito de "católicos" reivindicações que contrariam frontalmente a milenar doutrina da Igreja Católica, como por exemplo a ordenação de mulheres, a liberação do aborto (mesmo nos casos onde a lei não pune o crime, como em casos de estupro e risco da vida da mãe), a possibilidade de comunhão para casais de segunda união que vivem como marido e mulher, entre tantas outras.

Lobos em pele de cordeiro nunca faltariam, caso decisões como essas fossem democraticamente decididas. A assistência perpétua do Espírito Santo é a garantia suficiente que Jesus Cristo nos deixou para acreditarmos na sapiência da Santa Igreja quando define a sua doutrina, essa que é imutável.

Nunca houve na história um Papa que revisse ou alterasse um ponto doutrinário definido por outro Papa, seja a décadas, séculos ou mesmo milênios. Cabe uma pequena advertência aos que porventura confundirem pontos meramente disciplinares com os doutrinários. A disciplina, como os ritos litúrgicos, podem ser alterados para adaptar-se segundo a necessidades dos tempos, a doutrina não, pois é imutável. A verdade não muda com o passar dos séculos.

Muitos, ainda hoje, seguem gritando como os sacerdotes e anciãos outrora fizeram: Crucifica-o! Cada vez que o ódio, a ganância, a mentira e a desobediência falam mais alto do que a verdade, a fé, a esperança e a caridade é como se gritassem novamente: Crucifica-o!

Uma feliz Semana Santa a todos.

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