Se sou fiel no pouco, Ele me confiará mais!

Disse-lhe seu senhor: - Muito bem, servo bom e fiel; já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor. (Mt 25,21)

Os cristãos são servos aos quais seu mestre, Jesus, confia a tarefa de fazer frutificar seus dons para o desenvolvimento do seu Reino e que devem prestar-lhe contas da gestão que fizerem.
(Bíblia de Jerusalém - Comentário sobre a Parábola dos Talentos)

Ao contrário da Parábola do Semeador, onde O Senhor tivera que explicá-la aos Apóstolos, a dos talentos se nos apresenta de forma cristalina: Todos recebemos graças, dons de Deus, nossos talentos, e todos temos a responsabilidade, conferida pelo Batismo, de multiplicá-la entre os próximos.

Aqueles que assim o fizerem regozijar-se-ão com o Mestre, mas aos servos inúteis estão reservadas as trevas, onde haverá choro e ranger de dentes.

Apesar da aparente simplicidade, as palavras do Senhor são duras, severas: Tirai-lhe este talento e dai-o ao que tem dez. Dar-se-á ao que tem e terá em abundância. Mas ao que não tem, tirar-se-á mesmo aquilo que julga ter.

O amor do Pai é infinito, eterno e misericorsioso ... mas também por isso, exigente! Então, pela sua justiça, ao que muito recebeu, muito será cobrado. A nós, católicos, a quem Jesus se dá por inteiro no Santíssimo Sacramento da Eucaristia, cobrar-se-á a nossa atitude de verdadeiros discípulos e missionários.

No final de semana próximo passado, quando do Simpósio do Grupo de Estudos Joseph Ratzinger, tratávamos do tema Apostolado e Internet. Tenho ouvido por vezes, de certos ativistas, que nós (que participamos de apostolados virtuais) apenas colocamo-nos confortavelmente nas nossas cadeiras e de maneira omissa não ajudamos ao próximo.

O que dizer então dos Monges, que passam a maior parte da vida em um mosteiro, em constantes rotinas de trabalho e oração? O que dizer dos religiosos e almas consagradas, que oferecem todo o seu tempo a Deus, a oração, ao serviço? O que dizer do Beato João Paulo II que passou parte de sua vida de joelhos em frente ao Santíssimo, em adoração? Teriam esses menos espaço no céu que os ateus que distribuem cestas básicas anualmente (por ocasião do Natal) nas favelas?

Definitivamente, não! A Igreja Católica não vive de proselitismo. Há espaço, obviamente, para a ação social, pois somos a maior instituição de caridade do mundo. No entanto, essa está longe de ser a nossa maior missão na terra.

Eis o que o Catecismo da Igreja Católica nos diz:
Quando nasce, o homem não dispõe de tudo aquilo que é necessário ao desenvolvimento de sua vida corporal e espiritual. Precisa dos outros. Aparecem diferenças ligadas à idade, às capacidades físicas, às aptidões intelectuais ou morais, aos intercâmbios de que cada um pôde se beneficiar, à distribuição das riquezas. Os "talentos" não são distribuídos de maneira igual.
Essas diferenças pertencem ao plano de Deus; Ele quer que cada um receba do outro aquilo que precisa e que os que dispõem de "talentos" específicos comuniquem seus benefícios aos que deles precisam. As diferenças estimulam e muitas vezes obrigam as pessoas à magnanimidade, à benevolência e à partilha; (essas diferenças) motivam as culturas a se enriquecerem urnas às outras. (CCE 1936-1937)


Atendamos então o mandato de Jesus: coloquemos os nossos talentos a seviço do próximo. Nossos talentos são deferentes, então pelo fato de não partilharmos os mesmos afazeres, não termos as mesmas aptidões, não prestarmos o mesmo serviço à Igreja e ao próximo, não coloquemo-nos acima nem abaixo dos demais, mas ao lado - pois somente a Deus caberá o julgamento.

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