Jesus Cristo ou Chico Xavier?

Ouvimos muito falar em sociedade plural, estado laico, liberdade de crença, liberdade de expressão, etc. Tudo isso é verdade, todos temos os mesmos direitos e deveres, mas isso não dá a ninguém "o direito" de tentar inverter as leis da natureza e da lógica, como diz o ditado: Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.

Sou Católico, e se o sou significa que não posso professar o credo de outras religiões ou seitas, caso contrário, deixaria de ser católico. É tão óbvio, mas é comum vermos por aí pessoas que se auto denominam Cristãs Espíritas ou ainda Católicos que leem o horóscopo diariamente. É algo do tipo sou homem e mulher, preto e branco, quente e frio, vivo e morto, misturo água e óleo.

Mas para não ficar na minha opinião, vamos ver o que o Sagrado Magistério da Igreja Católica tem a dizer a esse respeito. Os grifos são meus.

O primeiro mandamento proíbe prestar honra a outros afora o único Senhor que se revelou a seu povo. Proscreve a superstição e a irreligião. A superstição representa de certo modo um excesso perverso de religião; a irreligião é um vício oposto por deficiência à virtude da religião. A superstição é o desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe. Pode afetar também o culto que prestamos ao verdadeiro Deus, por exemplo, quando atribuímos uma importância de alguma maneira mágica a certas práticas, em si mesmas legítimas ou necessárias. Atribuir eficácia exclusivamente à materialidade das orações ou dos sinais sacramentais, sem levar em conta as disposições interiores que elas exigem, é cair na superstição. (Catecismo da Igreja Católica, 2110 - 2111)

Em seguida, falando mais especificamente sobre espiritismo, médiums, adivinhações, horóscopo, feitiçaria, etc... diz o seguinte:

Deus pode revelar o futuro a seus profetas ou a outros santos. Todavia, a atitude cristã correta consiste em entregar-se com confiança nas mãos da providência no que tange ao futuro, e em abandonar toda curiosidade doentia a este respeito. A imprevidência pode ser uma falta de responsabilidade.

Todas as formas de adivinhação hão de ser rejeitadas: recurso a Satanás ou aos demônios, evocação dos mortos ou outras práticas que erroneamente se supõe "descobrir" o futuro. A consulta aos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e da sorte, os fenômenos de visão, o recurso a médiuns escondem uma vontade de poder sobre o tempo, sobre a história e, finalmente, sobre os homens, ao mesmo tempo que um desejo de ganhar para si os poderes ocultos. Essas práticas contradizem a honra e o respeito que, unidos ao amoroso temor, devemos exclusivamente a Deus.


Todas as práticas de magia ou de feitiçaria com as quais a pessoa pretende domesticar os poderes ocultos, para colocá-los a seu serviço e obter um poder sobrenatural sobre o próximo - mesmo que seja para proporcionar a este a saúde - são gravemente contrárias à virtude da religião. Essas práticas são ainda mais condenáveis quando acompanhadas de uma intenção de prejudicar a outrem, ou quando recorrem ou não à intervenção dos demônios. O uso de amuletos também é repreensível. 


O espiritismo implica freqüentemente práticas de adivinhação ou de magia. Por isso a Igreja adverte os fiéis a evitá-lo. O recurso aos assim chamados remédios tradicionais não legitima nem a invocação dos poderes maléficos nem a exploração da credulidade alheia. (Catecismo da Igreja Católica, 2115 - 2117)


O Papa João Paulo II aprovou e promulgou a edição típica latina do Catecismo da Igreja Católica em 15 de agosto de 1997, catecismo esse que foi preparado por um conselho presidido pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, hoje o Santo Padre Bento XVI, classificando-o como "válido e legítimo instrumento para a comunhão eclesial, norma segura para o ensino da fé e texto de referência seguro e autêntico".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dia dos Fiéis Defuntos

A Ressurreição de Jesus e o Primado de Pedro

O santo não nasce, forja-se