Em quem não votar nas próximas eleições

Felizmente, muitos protestantes já perceberam o que muitos católicos insistem em não ver.

Creio que o pecado por omissão é ainda maior do que os demais. Quem peca, por exemplo, cometendo alguma ação intrinsecamente má, por uma justa causa, se assim o faz por ignorância, pode ainda ser considerado um homem de bem. No entanto, aquele que por covardia ou pelo agir "politicamente correto" se cala diante do erro ou relativiza a importância do mesmo, está sendo cúmplice da ação que acoberta.

Para não ser enquadrado entre esses últimos, precisei criar esse blog para responder ao artigo do Pe Alex, mas sem causar confusão nas listas de discussão das quais participamos juntos (TLC, PJB, etc), de fato não é essa a intenção.

"Institucionalização da iniquidade em forma de lei", é assim que o Pastor Paschoal Piragine Jr chama, repleto de razão, parte do programa de governo do PT e suas diretrizes perversas que atentam gravemente sobre as bases morais que nos são mais caras. Aborto, união civil entre homosexuais, invasão de propriedade privada, etc... esses são os contra-valores que o PT quer impor à sociedade brasileira, e o faz de maneira aberta, escandalosa, para que de fato só não o vejam aqueles que não querem ver.

Diante disso, faz-se obrigação aos homens de bem, que ainda acreditam na moral, nos bons costumes, na justica ... alertar o eleitorado brasileiro sobre a aberração que estamos prestes a fezer, permitindo a eleição de Dilma Rousseff.

D. Luiz Gonzaga Bergonzini, Bispo de Guarulhos, em seu artigo entitulado "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus", escreve o seguinte: "é dever da Igreja intervir convidando a não votar em partido ou candidato que torne perigosa a liberdade religiosa e de consciência ou desrespeito à vida humana e aos valores da família, pois tudo isso é de Deus e não de César" e após, conclui com o seguinte: "isto posto, recomendamos a todos os verdadeiros cristãos e verdadeiros católicos a que não dêem seu voto à Senhora Dilma Rousseff".

Ao contrário, nosso querido Pe Alex afirma o seguinte: "Tenho sido importunado por correntes católicas que parecem querer me obrigar a NÃO votar neste ou naquele candidato político por causa das questões morais católicas" e a seguir faz as seguintes afirmações: "Não nos iludamos, irmãos. A CNBB – órgão oficial da Igreja – não disse em quem votar, nem muito menos em quem não votar ... Tem televisões "católicas" que se acham no direito de obrigar as consciências a votar neste ou naquele. ISSO É ABUSO ESPIRITUAL..."

Vou poupá-los do restante do artigo, cheio de falácias, e apontar apenas os erros mais grotescos do mesmo. Antes disso, informo aos leitores que a CNBB não faz parte da constituição hierárquica da Igreja Católica. Os interessados podem buscar maiores informações no código de direito canônico, Cân. 330 e seguintes.

O prezado sacerdote parte de uma premissa inválida, verdadeira falácia, afirmando que: "se dizemos em quem NÃO votar, acabamos dizendo em QUEM votar". A afirmação beira ao absurdo, não passando pelo simples crivo da lógica. Se eu afirmo que NÃO vai chover, quis realmente dizer que VAI FAZER SOL, esquecendo-se das demais possibilidades? Evidentemente, não.

Ora, se o pedido é para NÃO votar nos candidatos do PT, nos restam, entre outros vários candidatos, as opções Serra e Marina, isso sem levar em consideração a possibilidade dos votos brancos e nulos.

Continuando o artigo, Pe Alex afirma outro absurdo: "Não podemos nem devemos exigir de mais ninguém além de nós mesmos que ensinemos esta moral". Não podemos, devemos! Se nós, pais, cristãos, católicos, não exigirmos que os nossos filhos sejam educados segundo a moral, seja em casa, na escola, na catequese ou em qualquer outro ambiente, quem o fará?

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina o seguinte: "Respeitar as leis inscritas na criação e as relações que derivam da natureza das coisas é princípio de sabedoria e fundamento da moral" (nº 354) e afirma ainda que o mal moral é incomensuravelmente mais grave do que o mal físico. (nº 311).

A conclusão do artigo se dá da seguinte maneira: "Não tenho medo mesmo de dizer: irmão na fé! Vc é livre pra votar em quem a sua consciência mandar".

Diante disso eu tenho medo, muito medo:

- Medo de ser preso por defender que a homossexualidade é intrinsecamente desordenada e contrária à lei natural.

- Medo daqueles que tem a consciência distorcida pelos meios de comunicação em massa e que não encontram dignas referências entre nós, católicos "praticantes".

- Medo de ver o dinheiro que suamos a vida toda para conquistar, aquele que utilizamos para pagar a nossa imensa carga tributária, seja utilizada pelo SUS para realizar abortos em qualquer ponto da gestação.

- Medo de deixar que o relativismo e o pecado dominem o mundo, pois para que o mal vença basta que o bem se cale.

- Medo que o meu filho viva em um mundo onde a moral, a justiça e a verdade sejam sempre ignoradas por covardes que preferem se esconder, que se amedrontam diante de uma platéia que aprendeu que é proibido proibir.

- Medo que a nossa liberdade de expressão seja calada por partidos totalitários, aliados a terroristas, com princípios socialistas e ateus.

- Medo de que, apesar de todo o exposto acima, ainda existam aqueles que se dizem católicos mas que não se importam com os ensinamentos do Santo Padre, da Cúria Romana e do Colégio dos Bispos, ou seja, do Sagrado Magistério.

Caríssimos, o presente e o futuro do país estão em nossas mãos. Assisti um filme ontem que dizia o seguinte: "A vida vai te derrubar, mas você pode escolher se vai se levantar ou não". Eu já escolhi, vou me levantar e lutar pelo futuro desse país, pela herança espiritual que vou deixar para o meu filho. 

E você, vai fazer o mesmo ou deixar-se calar?