Reféns da Violência
Hoje peço licença aos leitores para a publicação de um artigo que foge do tema do blog, é uma carta aberta às autoridades, pedindo ajuda à população atingida pela violência. Peço a todos a colaboração no sentido de divulgá-la.
No dia 9 de janeiro de 2012, ao chegar do trabalho no final da tarde, fui abordado por dois marginais armados que roubaram o meu carro e uma série de objetos que se encontravam no mesmo.
Executei todos os procedimentos possíveis para dar a conhecer às autoridades o crime sofrido, inicialmente informando a polícia pelo 190, fazendo o alerta de roubo no site da Polícia Rodoviária Federal e depois o Boletim de Ocorrência na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos.
Essa foi a terceira vez que acontece algo do gênero comigo em Curitiba, já haviam furtado uma série de objetos do interior do meu veículo, e antes disso já havia sido abordado e tive a carteira roubada por outros dois marginais.
Depois disso, me coloquei a pensar o que as autoridades tem feito para que esse tipo de violência deixe de acontecer aos homens de bem, trabalhadores que com o pagamento dos seus inúmeros impostos, taxas e contribuições compulsórias, sustentam a máquina estatal.
Tanto no caso do furto dos objetos no interior do veículo, quanto no assalto a mão armada quando meu carro foi roubado, eu executei todas as ações recomendadas pelas autoridades, entre elas a abertura de um Boletim de Ocorrência.
Me coloco a pensar quais foram as ações tomadas pelas autoridades competentes à partir desses Boletins de Ocorrência. Em ambos os casos eu não recebi sequer uma ligação, muito menos a visita de policiais ou agentes para a investigação dos crimes. Consultando os meus vizinhos, descobrimos que nenhum deles foi consultado sobre o caso, algumas pessoas testemunharam o crime ou a fuga, mas nenhuma delas foi sequer procurada pela polícia. Descobri também que o meu caso não foi o único no bairro, e que esse tipo de roubo é mais frequente do que eu imaginava.
Dez dias depois de ter um revólver apontado para o peito, com os meus dois filhos, crianças inocentes e indefesas assistindo toda a situação de violência, além da sensação de perda pelo veículo e pertences roubados, um forte sentimento de abandono pelo poder público.
Imagino que outra finalidade efetiva tiveram aqueles Boletins de Ocorrência, além de aumentarem as estatísticas da violência na nossa cidade e me permitir acionar a seguradora.
Lembrando com mais detalhes sobre o registro da ocorrência na Delegacia, mais exemplos de descaso com a segurança da população. A Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos contava com apenas um funcionário no momento da minha chegada ao local. Como o barulho era muito grande, questionando o funcionário à respeito fomos informados que tratava-se da carceragem.
Uma delegacia com 16 celas individuais tem uma população carcerária de mais de 150 presos, alguns já condenados, e acaba funcionando como presídio, mas sem ter as mínimas condições de segurança para tal.
Deixo essa carta aberta como forma de alerta às autoridades municipais e estaduais responsáveis pela segurança dos cidadãos, e ficam os questionamentos: O que tem sido feito efetivamente para diminuir a violência? Que tipo de assistência os cidadãos violentados pelo crime recebem do estado? Que tipo de investigação é realizada para que os responsáveis por esses crimes sejam detidos e deixem as ruas?
Hernando Santana Pinto
RG 4.578.298-0 / PR
No dia 9 de janeiro de 2012, ao chegar do trabalho no final da tarde, fui abordado por dois marginais armados que roubaram o meu carro e uma série de objetos que se encontravam no mesmo.
Executei todos os procedimentos possíveis para dar a conhecer às autoridades o crime sofrido, inicialmente informando a polícia pelo 190, fazendo o alerta de roubo no site da Polícia Rodoviária Federal e depois o Boletim de Ocorrência na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos.
Essa foi a terceira vez que acontece algo do gênero comigo em Curitiba, já haviam furtado uma série de objetos do interior do meu veículo, e antes disso já havia sido abordado e tive a carteira roubada por outros dois marginais.
Depois disso, me coloquei a pensar o que as autoridades tem feito para que esse tipo de violência deixe de acontecer aos homens de bem, trabalhadores que com o pagamento dos seus inúmeros impostos, taxas e contribuições compulsórias, sustentam a máquina estatal.
Tanto no caso do furto dos objetos no interior do veículo, quanto no assalto a mão armada quando meu carro foi roubado, eu executei todas as ações recomendadas pelas autoridades, entre elas a abertura de um Boletim de Ocorrência.
Me coloco a pensar quais foram as ações tomadas pelas autoridades competentes à partir desses Boletins de Ocorrência. Em ambos os casos eu não recebi sequer uma ligação, muito menos a visita de policiais ou agentes para a investigação dos crimes. Consultando os meus vizinhos, descobrimos que nenhum deles foi consultado sobre o caso, algumas pessoas testemunharam o crime ou a fuga, mas nenhuma delas foi sequer procurada pela polícia. Descobri também que o meu caso não foi o único no bairro, e que esse tipo de roubo é mais frequente do que eu imaginava.
Dez dias depois de ter um revólver apontado para o peito, com os meus dois filhos, crianças inocentes e indefesas assistindo toda a situação de violência, além da sensação de perda pelo veículo e pertences roubados, um forte sentimento de abandono pelo poder público.
Imagino que outra finalidade efetiva tiveram aqueles Boletins de Ocorrência, além de aumentarem as estatísticas da violência na nossa cidade e me permitir acionar a seguradora.
Lembrando com mais detalhes sobre o registro da ocorrência na Delegacia, mais exemplos de descaso com a segurança da população. A Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos contava com apenas um funcionário no momento da minha chegada ao local. Como o barulho era muito grande, questionando o funcionário à respeito fomos informados que tratava-se da carceragem.
Uma delegacia com 16 celas individuais tem uma população carcerária de mais de 150 presos, alguns já condenados, e acaba funcionando como presídio, mas sem ter as mínimas condições de segurança para tal.
Deixo essa carta aberta como forma de alerta às autoridades municipais e estaduais responsáveis pela segurança dos cidadãos, e ficam os questionamentos: O que tem sido feito efetivamente para diminuir a violência? Que tipo de assistência os cidadãos violentados pelo crime recebem do estado? Que tipo de investigação é realizada para que os responsáveis por esses crimes sejam detidos e deixem as ruas?
Hernando Santana Pinto
RG 4.578.298-0 / PR
Hernando,
ResponderExcluirSó quem já passou por algo assim, ou pior, sabe como é sentir o terror de ter a sua vida e de seus amados nas mãos desses elementos.
Em 2010 sofri um sequestro junto com minha namorada e nada foi feito sobre isso. Graças a Deus saimos vivos, mas o terror sempre fica instalado de alguma forma.
Andrey Wasilewski
Fato Andrey, vamos pelo menos mostrar a nossa indignação.
ResponderExcluirNo último Atletiba, em 06/12/11, tinha 1000 PM cercando o estádio. Na saida bateram até na sombra dos torcedores que foram para ver o jogo, que sempre são confundidos com marginais.
ResponderExcluirA solução é andar armado e matar bandido. Não temos a proteção do governo. Estamos no mundo do "cada um por sí".
O problema é que se vc atirar em um fdp que entra na sua casa para te roubar armado, vc corre o risco de ser preso, aparecer na capa da tribuna e nas paginas da gazeta do povo como assasino!
Creio que não tem solução este problema.
Igor Santana Pinto